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Catástrofe medioambiental en la Isla de Madeira

El fuego se ceba con la cordillera central y arrasa las instalaciones del Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, edificado com enorme esforço pelos voluntários da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal.

Transcribimos a continuación la angustiosa crónica de Raimundo Quintal.

            Esta é uma notícia, que vos dou com o coração tão negro como solo calcinado das vertentes do Pico do Areeiro.

             Entre as 12 e as 13 horas o lume, impelido por rajadas de vento da ordem dos 100 km / hora, subiu velozmente as vertentes da Ribeira do Cidrão, vindo do fundo do Curral das Freiras.

             Ao chegar ao Pico do Areeiro começou a descer e queimou tudo o que encontrou pelo caminho. A plantação dos Associação dos Amigos do Parque Ecológico não escapou à voracidade das chamas e muito do trabalho realizado nos últimos dez anos foi destruído em instantes.

             A extraordinária autorregeneração da formação vegetal primitiva que estava a ocorrer na área do Poço da Neve, na vertente oriental da Ribeira de Santa Luzia, sofreu um forte revés.

             Os bombeiros e os funcionários do Parque Ecológico, apesar do trabalho abnegado, não conseguiram travar o fogo que transformou em cinzas uma parte significativa da vegetação do Chão da Lagoa e da vertente da Ribeira de Santa Luzia até à área da Casa do Barreiro, que também foi afectada.

             O Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, propriedade da Associação dos Amigos do Parque Ecológico, também foi atingido. Até este momento ainda não consegui avaliar a dimensão da área queimada. Logo pela manhã tentaremos lá chegar para fazer uma avaliação do que foi destruído e reflectir sobre a forma mais eficaz de iniciar a recuperação.

             Menos de seis meses depois da força arrasadora da água, as serras da Madeira são varridas pelo fogo. Mais uma vez os satélites meteorológicos registaram o fenómeno e já o difundiram na aldeia global. Esconder ou fazer demagogia não são bons remédios para minimizar as causas do terrível ciclo:

aluvião no Inverno – fogo no Verão.

             É necessário reflectir e debater sem tibiezas, as causas naturais e antrópicas destes acidentes, que provocaram enormes feridas nos ecossistemas e na sociedade madeirense.

             Nesta hora de profunda dor, apelo a todos os companheiros da Associação para que não desanimem perante este duro golpe e que acreditem que com o seu trabalho voluntário o verde das espécies indígenas voltará a cobrir de esperança as serras do Areeiro.

             Quando vos enviei a anterior mensagem ainda tinha alguma esperança de que o fogo não devorasse o Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, edificado com enorme esforço pelos voluntários da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal.

             Infelizmente entre as 02 e as 04 da manhã o lume arrasou quase tudo.

A casa foi destruída. Muitos milhares de pequenas plantas desapareceram completamente. Do vasto manto de urzes e uveiras-da-serra apenas restam os esqueletos negros entre os blocos de basalto. As borboletas e os pássaros esvoaçam desorientados naquela paisagem onde esta manhã pairava um silêncio de morte.

            No Pico do Areeiro, onde estava a ser criado um oásis de vegetação indígena, menos de 10% das plantas resistiram à passagem do lume.

             Mas a catástrofe ecológica teve proporções muito mais amplas. O lume tem vagueado por toda a cordilheira central. Do Pico do Areeiro ao Pico Ruivo, a biodiversidade foi profundamente afectada. O melhor núcleo de vegetação de altitude foi literalmente arrasado. Uma pequena população de sorveira (Sorbus maderensis) desapareceu. Desta espécie endémica apenas sobreviveu na Natureza uma árvore na Bica da Cana, no planalto do Paul da Serra.

             Importantes áreas de Laurissilva na Fajã da Nogueira e na bacia hidrográfica da Ribeira Seca do Faial também estão a ser molestadas pelo fogo. 

             Enorme delapidação da biodiversidade e um monstruoso caos de blocos à espera das próximas chuvas para correr encosta abaixo, são marcas do perigoso deserto que agora ocupa uma grande parte da cordilheira central.

             Nestes momentos de profunda dor temos de ganhar forças para recomeçar o difícil e moroso trabalho de recuperação do coberto vegetal das montanhas, que neste momento mais parecem um campo bombardeado.

             Saudações ecológicas,

             Raimundo Quintal

Turcón-Ecologistas en Acción

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